CAPÍTULO 3 .......... A luta contra a verdade


Devo dizer que o vale era calmo . . .
- Que venha a hedionda massa !!! ( gritei )
O solo põe-se a tremer.
Ouviu-se um uivo raivoso.
Tres chacais puseram-se a minha frente:
Queriam os meus membros.
Abriu-se um corte em minha cabeça
Meus pensamentos vazavam
Iam se perdendo em gotas de sangue
Que verteram durante algum tempo
Sobre uma rocha fria . . .

Acordei.
Olhei para tudo.
Abri uma cortina negra
Que era a minha vertigem.

Os chacais estavam mortos
E quão maior foi minha surpresa
Quando me encontrei alado ! !

Uma enorme asa de uma alvura tal
Que não podia fitá-la por muito
Sem que não ardessem os meus olhos
Que agora queimavam em labaredas
A cada intervalo de tempo.

O sol se abrira para mim
Porém jamais poderia imaginar
Como tal façanha se fizera desenhar
Diante do meu ver
Porquanto somente me lembrava
Dos chacais vivos
E o meu peito em desalento ser tomado.

O céu estava em pedaços quando desmaiei
E agora acordado
Percebí que grandes e pesadas eram as nuvens
E que logo enorme chuva se abateria
Sobre minh'alma, ou melhor . . .
sobre o vale.

Coloquei-me a crer que venceria
Sem nenhum instante de dúvida
E eis que voei alto
Ganhando os céus pensei no Criador
E tudo no vale pôs-se a me obedecer
Diante dos meus olhos em chamas
Tudo fiz transformar . . .

Grande multidão de "mim"
Pôs-se a me ouvir
Muitos "mim"
A gritarem em assembléia por justiça
E a silenciarem sob o meu canto.



O sol em beijo ardente lambeu a terra gulosa
Aluvião foi momento triste.
O meu voar em vale tenebroso
Sobre campos de trevas
Onde folhas secas habitam.
Momento escuro, momento louco
Eu fujo
E não tenho medo e nem pressa
Simplesmente fujo.
Grito de morte.
Chora o espaço sideral
No engodo de minhas fantasias
A verdade nua e crua me exaspera o peito,
assola minha face.
Desespero violento
Tempos passados, corações futuros
FLAGELO !
O FLAMEJAR DE SETAS DE FOGO
NESTE MOMENTO INSOLENTEMENTE PERDIDO !

LÍVIDO. No espaço voo teimoso.
A morte sempre me espera num minuto intransigente.
Vejo manipularem cabeças
Cravarem unhas em mentes ingênuas. . .
Corro, corro, corro ! ! !
A alvejar A BORBOLETA VERDADE
Que sorri
E atenta contra o meu corpo.
Caço a borboleta verdade!
Que tem os olhos duros
E a face gelada . . .
Atiro meus braços na atmosfera
E ela sempre me escapa por um TRIZ.
A MENTIRA ME ALCANÇA
CRAVO MINHA LANÇA EM SEU PEITO
ME MANCHO COM O SEU SANGUE
E MORRO NO MOMENTO EXATO.

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